“Alta, imensa, enigmática, a sua presença física é logo uma obsessão. Mas junta-se à perturbante realidade uma certeza ainda mais viva: a de todas as verdades locais emanarem dela (…) ”
É assim que Miguel Torga caracteriza, numa simples frase, aquilo que a Serra da Estrela verdadeiramente é.
É esta obsessão que queremos que sinta neste roteiro e que passe a observar a Serra da Estrela com outros olhos e, acima de tudo, com outro sentimento. No fundo, algo que vai perdurar na sua memória… para sempre.
As “verdades” que emanam da serra inicia-se no Puralã Wool Valley Hotel & Spa e aqui a atracção da montanha, como de um íman se tratasse, já se faz sentir logo que entra no seu automóvel.
Nome Completo | Pontos de Interesse | Altitude (m) | Descrição (resumida) |
Puralã Wool Valley Hotel & Spa | 1 | 495 | É nesta unidade de alojamento moderna e de qualidade reconhecida que se inicia a sua viagem pela Serra da Estrela. Promete-se que no final do dia terá uma nova opinião sobre esta cordilheira ímpar em Portugal. |
Varanda dos Carqueijais (Estacionamento e miradouro do lado direito) |
2 | 1130 | Miradouro privilegiado sobre a Cova da Beira, uma ampla depressão fértil e abastecida pelas águas do Rio Zêzere. É limitada a sul pela Serra da Gardunha, a oeste pelo Monte Serrano e a norte pelo Monte Esperança (onde se situa a vila histórica de Belmonte). Daqui tem-se uma vista ampla sobre a Covilhã, principalmente do vale da Ribeira da Carpinteira, de onde se destaca a Ponte Pedonal da Carpinteira, a ponte pedonal citadina mais alta e extensa da Europa, bem como as ruínas de estruturas fabris que marcaram a cidade da Covilhã de outrora, responsáveis pela cidade ter sido conhecida pela cidade-granja (a cidade fábrica) ou a “Manchester de Portugal”. |
Penhas da Saúde | 3 | 1490 | Pequena aldeia de montanha de ar puro e clima saudável que possui todos os serviços para passar uns dias em pleno contacto com a natureza. As primeiras casas surgiram no final do século XIX, onde habitavam essencialmente pessoas que procuravam o ar límpido e seco da Serra da Estrela para se curarem ou ganharem qualidade de vida relativa a doenças do foro respiratório. Inclusive, no local onde hoje se encontra o hotel, inicialmente, existiu um sanatório construído em 1899, posteriormente vítima de um incêndio. |
Lagoa do Viriato (Embalse do lado esquerdo) |
4 | 1560 | Embalse com dois diques de cimento autónomos e responsável pelo abastecimento público da cidade da Covilhã. É também um destino de eleição para os amantes da pesca desportiva / lúdica, que procuram nestas águas as grandes e bravias trutas serranas. |
Miradouro da Nave de St.º António (Estacionamento do lado direito e observar em direcção planalto superior) |
5 | 1580 | Deste ponto avista-se uma das paisagens mais conhecidas da Serra da Estrela, com uma panorâmica geral sobre o planalto superior, de onde se destacam os três promontórios graníticos que mais se individualizam na paisagem da Serra da Estrela. Da esquerda para a direita, os Cântaros Raso, Magro e Gordo. Na base, estende-se uma planície arenosa de aluvião, que terá sido em tempos uma lagoa de origem glaciar que foi colmatada devido à acumulação de sedimentos e matéria orgânica. Apresenta agora um vasto cervunal seco, húmido e pontualmente turfeiras, semeados de blocos erráticos que constituem a moreia lateral do Poio do Judeu (um bloco errático de grandes dimensões, com cerca de 150m3 e que, até hoje, é o maior do género encontrado na Península Ibérica) e ainda constituindo no Verão, um dos locais de eleição para as pastagens de Verão dos rebanhos que se ainda se deslocam às partes mais altas da Serra da Estrela. |
Vale Glaciar do Zêzere 1 (Miradouro com estacionamento do lado direito) |
6 | 1650 | Daqui, temos uma primeira perspectiva da imponência do Vale Glaciar do Zêzere. Nesta primeira abordagem destacamos a imensidão desta depressão, que se inicia à sombra dos 3 Cântaros. É possível ver o resultado de milhares de anos de abrasão da massa de gelo nas superfícies rochosas, umas completamente polidas, outras claramente desgastadas e outras definitivamente fracturadas. Daqui destacamos a panorâmica sobre mais um exemplo de moreia lateral, uma crista alongada de blocos rochosos (conhecidos como blocos erráticos) que se depositam em posição lateral ao glaciar, em zonas planas ou de fraco declive. A moreira lateral da Lagoa Seca, no topo da vertente direita do vale, formou-se no auge da glaciação e contém enormes blocos de granito que foram transportados pelo glaciar da Candeeira, na intercepção com o vale glaciar do Zêzere e indicando a espessura máxima próxima dos 340m. |
Vale Glaciar de Alforfa (Estacionamento com miradouro do lado esquerdo. Observar em direcção ao vale) |
7 | 1835 | O vale simétrico ao Vale Glaciar do Zêzere, mas que flete para sul e que ostenta menor dimensão. A língua de gelo atingiu no máximo da glaciação os 5,8km de extensão e uma altitude mínima de aproximadamente 580 metros. Possui no sector superior, a típica sequência de covões glaciários de vale (Covão do Ferro, Covão da Mulher e Covão da Nave). Na vertente esquerda do vale é possível observar a maior extensão de depósitos periglaciários ou de gelifracção de Portugal, conhecidas como cascalheiras do Alto da Pedrice. O Covão do Ferro encontra-se ocupado pela barragem do Padre Alfredo. Esta foi projectada em 1935 e construída nos anos seguintes pela Sociedade Industrial de Penteação e Fiação de Lãs, a mando do padre Alfredo Marques dos Santos, detentor de então da empresa têxtil “A Penteadora”, situada na vila de Unhais da Serra. Conjuntamente com os canais de aducção foram construídas 4 mini centrais elétricas (Covão do Ferro, Pedra Figueira, Alforfa e Coucinhos) para o aproveitamento hidroeléctrico das águas do Vale Glaciar de Alforfa. |
Blocos Colunares (Observar ambos dos lados da estrada) |
8 | 1850 | Estruturas rochosas peculiares em forma de colunas, que resultam de diaclasamento (fracturação) vertical ou sub-horizontal. Estas estruturas são vulgarmente conhecidas como “Queijeiras”. |
Senhora da Boa Estrela (Estacionamento do lado direito e observar em frente) |
9 | 1850 | Escultura em relevo com 7m de altura e construída em 1946, a mando da diocese da Guarda, como guia e protetora dos pastores e rebanhos, em homenagem à aparição de Nossa Senhora da Boa Estrela, aparecida nesta serra a um pastor. A festividade dá-se no segundo Domingo de Agosto. |
Cântaro Magro (Estacionamento lado direito. Visão privilegiada e frontal do maciço rochoso) |
10 | 1880 | Cabeço granítico imponente e mítico, com cerca de 300 metros de altura e que atinge 1928m de altitude. Evidenciou-se devido a acção da erosão diferencial (periférica), ou seja, existência de um bloco pouco fracturado, rodeado por zonas de grande densidade de fracturas que não resistiram à acção da erosão, em concreto de acções de erosão já pós glaciar e de crioclastia (fracturação provocada pelo ciclo de fusão-congelamento da água). Durante a glaciação wurmiana o Cântaro Magro terá sido um “Nunatak”, ou seja, uma elevação rochosa que não estava emerso pelo glaciar e emergia como de uma ilha se tratasse no meio do imenso “mar de gelo”. |
Covão Cimeiro (Estacionamento lado direito com miradouro e observar em frente para o vale) |
11 | 1890 | Um amplo covão glaciário no fundo do anfiteatro natural composto pelos Cântaros Magro/Gordo e Fragões Negros, conhecido como circo glaciário. Esta estrutura em forma de anfiteatro e que estreita a jusante (ferrolho ou “verrou”) foi moldada e resultou das tensões existentes entre a colossal língua de gelo que fluía da calote e que se estendia pelo vale do Zêzere e a superfície rochosa, estando esta completamente polida, sulcada e desgastada. O covão Cimeiro, designado pelo termo técnico “ombilic” é uma zona mal drenada (tipo pântano) funcionando como um local de acumulação de sedimentos, onde se desenvolvem cervunais húmidos e turfeiras, que reúnem espécies florísticas e de fauna muito especializadas e raras. |
Torre | 12 | 1993 | Um amplo planalto em que há cerca de 20 mil anos atrás, em pleno máximo da glaciação de Wurm, as temperaturas eram em média 10ºC inferiores às de hoje, conduzindo a uma acumulação de gelo permanente e cuja calote se estendeu até um máximo próximo dos 70 km2 e a alcançou os 80m de espessura. É o ponto mais alto de Portugal Continental, onde existe uma torre em pedra para simbolizar os 2000m, réplica da torre mandada erigir, em 1802, pelo infante D. João (futuro rei D. João VI). Na década de 50 foram construídas 2 torres para albergar radares da força área, tendo sido desactivados em 1970 devido a problemas técnicos constantes provocados por um clima impiedoso. |
Estância de esqui (Estacionamento amplo e do lado direito e observar a encosta esquerda) |
13 | 1900 | Única estância de esqui em Portugal, disponibilizando aos seus utilizadores 9 pistas balizadas; 9 pistas naturais; 1 snowpark ;4 meios mecânicos, oferecendo um desnível esquiável de 137m. Para mais informações consultar o site www.skiserradaestrela.pt ou contactar directamente através do contacto: 238 031 940 ou através do e-mail: estancia@turistrela.pt |
Vale Glaciar de Loriga (Observar para o lado esquerdo. Vê-se em primeiro plano a albufeira a meio do vale) |
14 | 1880 | Um amplo vale moldado no sector superior pelo enorme glaciar de Loriga que atingiu, no máximo da glaciação, os 7km de cumprimento e uma altitude mínima de 800m. Possui 4 covões glaciários de vale: Boieiro, Meio (ocupado por uma albufeira desde 1953), Nave e Areia. Destaca-se a montante da albufeira a existência, nesta área, de caneluras ou estrias de fricção, provocadas pelos detritos rochosos que eram arrastados junto à base da língua glaciária e que sulcaram as rochas da superfície, sendo possível observar a olho nu a dinâmica do glaciar. |
Fraga do Alvoco (Estacionamento amplo lado direito. Visível um bloco rochoso com miradouro para a Lagoa Comprida) |
15 | 1740 | Um dos melhores miradouros para a vertente oeste da Serra da Estrela. Daqui podemos observar o dique da Lagoa Comprida. Este ponto elevado trata-se de um Tor, uma formação geológica típica dos granitos e resultante de fenómenos de erosão química e mecânica. Aqui já não se fez sentir a acção do glaciar, pois esta estrutura teria sido destruída. Ao subir para este promontório, é possível observar depressões nas rochas que acumulam água, aqui conhecidas como Pias, sendo que algumas podem atingir consideráveis dimensões. |
Lagoa Comprida (Estacionamento amplo à direita, junto a casas de venda de produtos locais) |
16 | 1595 | O maior lago artificial da Serra da Estrela, cujo dique é constituído por 3 arcos de alvenaria com suporte em granito num total de 1,2km de extensão. Aproveitando-se um amplo covão glaciário, iniciou-se a construção do 1.º dique em 1911 / 1912 e em 1914 tinha já 6m de altura. As constantes necessidades de água levaram ao seu alteamento por 2 vezes: 1934 (15m de altura) e 1965 (os actuais 28m de altura). A montante recebe água de 2 túneis artificiais feitos na década 50 do século XX, que desviam a água de outros cursos de água para esta albufeira: túnel dos Conchos (1519m de extensão), oriundo da Lagoa dos Conchos e o túnel do Covão do Meio (2354m de extensão), proveniente da lagoa com o mesmo nome. |
Lagoa do Covão do Curral (Estacionamento lado esquerdo, com vista privilegiada para a lagoa) |
17 | 1505 | Um dos locais de eleição para os amantes da fotografia. Este pequeno embalse faz igualmente parte do vasto complexo hidroeléctrico da Serra da Estrela, retendo e canalizando a água através de uma levada até à câmara de carga que controla o fluxo de água para as condutas forçadas que a conduzem até à central eléctrica do Sabugueiro II. Este projecto teve como mente brilhante, o gouveiense António Marques da Silva que, juntamente com mais 3 sócios, começaram a idealizar este projecto em 1906. Em 1909 foi fundada a Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela e nesse mesmo ano entrou em funcionamento a primeira central do sistema (Central da Senhora do Desterro). Assim foi até 1975, quando a empresa foi nacionalizada e passou para as mãos do que é hoje a EDP. |
Condutas forçadas (A estrada passa sobre uma pequena ponte, sendo visível as condutas de ambos os lados) |
18 | 1420 | Nesta zona podemos ver as condutas que conduzem a água da câmara de carga mais alta de Portugal, até à central elétrica de Sabugueiro II. O projecto hidroeléctrico da Serra da Estrela, iniciado em 1909 é constituído por 4 centrais em cascata (Sabugueiro II (1993), que substituiu a central Sabugueiro I (1947), Senhora do Desterro (1909), Ponte de Jugais (1923) e Vila Cova (1937), num desnível total de cerca de 1200 metros. |
Igreja Matriz do Sabugueiro | 19 | 1050 | Situada em pleno centro urbano da aldeia serrana e pastoril do Sabugueiro esta simples igreja tem como padroeira a Nossa Senhora da Graça. É neste largo onde o povo se junta para conviver, para celebrar cerimónias religiosas e outras cerimónias de carácter mais profano. A festa em honra de Nossa Senhora da Graça ocorre, geralmente, no 3.º fim-de-semana do mês de Setembro, sendo o momento alto de todas as cerimónias religiosas que se realizam durante o ano nesta povoação serrana. |
Vale do Rossim (Estacionamento ao lado do parque de campismo. Visível a lagoa e restaurante mesmo em frente) |
20 | 1440 | Mais um local de eleição para momentos de convívio e descanso, principalmente nos meses de Verão. A sua posição estratégica e a albufeira com estruturas de apoio tornam esta área um local de destino obrigatório para recreio e lazer. Não esquecer a paisagem de montanha com uma “arquitectura” granítica de múltiplas formas e bosques de várias espécies arbóreas que constituem um cenário aprazível e convidativo para uma visita mais prolongada. |
Casa da Fraga (Observar para o lado direito. Visível ruínas de uma estrutura construída sobre e debaixo de blocos graníticos) |
21 | 1445 | Foi a primeira habitação a ser construída em 1882 no Poio Negro, nome primitivo da área hoje conhecida por Penhas Douradas, onde habitou um cidadão santareno chamado Alfredo César Henriques, que neste espaço habitou durante 2 anos para se tratar de problemas tísicos, aproveitando o ar puro e o clima saudável oferecido pela Serra da Estrela. |
Miradouro de São Lourenço (Estacionamento do lado esquerdo com miradouro. Visível Vale do Glaciar do Zêzere e a vila de Manteigas) |
22 | 1280 | Deste miradouro temos uma visão ampla de uma das paisagens mais diversificadas da Serra da Estrela. É possível observar junto ao Rio Zêzere as casas brancas e pitorescas da Manteigas, bem como sector mais a jusante da imponente garganta do Vale Glaciar do Zêzere. Este encontra-se ladeado do lado direito pela manta florestal das Moitas, que contém os antigos viveiros dos Serviços Florestais Portugueses e do lado esquerdo do vale pelos afloramentos graníticos escarpados de topo arrendado da Fraga da Cruz e do Fragão do Corvo. |
Igreja Matriz de Manteigas | 23 | 780 | Também conhecida como Igreja de Santa Maria, foi contruída no século XIV, entre 1336 e 1338, sofrendo várias obras de beneficiação ao longo dos tempos, (séculos XVII, XVIII e XX) o que lhe alterou a edificação original. A disposição actual dos altares é a seguinte: altar-mor dedicado a Santa Maria-mor, ladeado à esquerda pelo altar em adoração ao Sagrado Coração de Jesus e dois altares da Imaculada Conceição. Do lado direito encontram-se os altares em adoração de São Sebastião e Nossa Senhora da Assunção. |
Igreja de São Pedro | 24 | 765 | A edificação deste templo perde-se no tempo e não existem registos da sua construção. Esta surge pela primeira vez num documento datado de Julho de 1449. Tal como a Igreja Matriz ou de Santa Maria, foi alvo de profundas intervenções de restauro ao longo dos séculos. Destaca-se principalmente o seu altar-mor em pedra de Ançã, datado do século XIV / XV, com imagens de São Paulo e de São Pedro. |
Capela Senhora dos Verdes | 25 | 770 | Capela edificada no século XVIII, mais concretamente 1756 e resultante do cumprimento de uma promessa por parte das gentes de Manteigas, que pediram protecção divina da Senhora dos Verdes para fazer frente a uma praga de lagartas que invadiram os campos de cultura. |
Viveiro das Trutas de Manteigas (Estacionamento do lado esquerdo. São logo visíveis os tanques) |
26 | 845 | O Viveiro das Trutas de Manteigas é um espaço que permite conhecer por dentro duas das espécies truteiras do país: a nativa Truta-fario (ou truta-comum) e a Truta-arco iris, oriunda da América do Norte e que é aquela disponível nas superfícies comerciais. Neste espaço podemos ver in loco alguns exemplares, inclusive com bons tamanhos e que raramente são vistos pelo público. Neste viveiro também é efectuado o estudo científico e a reprodução em cativeiro da espécie nativa Truta-fario, partindo daqui alguns dos indivíduos que se destinam aos repovoamentos das linhas de água e de algumas lagoas para a manutenção ecológica da espécie e para fins de pesca lúdica / desportiva. Horário de funcionamento: aberto todos os dias das 8:00 | 12:00 e das 13:00 | 17:00. Contactos: 275 980 060 ou através do e-mail: pnse@icnf.pt |
C. I. do Vale Glaciar do Zêzere (Estacionamento do lado esquerdo. Edifício recuperado com as siglas) |
27 | 845 | Um espaço temático e formativo criado para transmitir todo o poder de atracção paisagística e rural que possui o Vale Glaciar do Zêzere e que permite recuar até cerca de 20.000 anos atrás, quando este vale estava “ocupado” por um colossal glaciar. A não perder. Horário de funcionamento de Inverno (16 de Setembro a 14 de Maio): Terça-feira a Sexta-feira das 10:30 | 12:30 e das 14:00 | 17:00 / Sábados, Domingos e feriados das 10:00 | 12:30 e das 14:00 | 17:00 Horário de funcionamento de Verão: Terça-feira a Sexta-feira das 10:30 | 12:30 e das 14:00 | 17:45 / Sábados, Domingos e feriados das 10:00 | 12:30 e das 14:30 | 18:00 Contactos: 275 981 113 ou através do e-mail: geral@civglaz-manteigas.pt |
Piscina Glaciar do Zêzere (Desvio ao lado direito e percorrer cerca de 200 mts em estrada de terra batida até à piscina natural) |
28 | 1080 | Um espaço agradável para momentos de descanso e contacto próximo com a natureza. A construção de um dique de pedra para reter e derivar a água para uma pequena mini-central eléctrica, criou uma piscina em pleno Rio Zêzere, sendo um local de eleição para passar os dias mais quentes do Verão. Neste local também é possível observar 2 casas / abrigos dos pastores, construídas em granito, com formato rectangular e simples e com telhado de colmo. Este tipo de cobertura ancestral muito comum em várias civilizações é, neste caso, feito com ramos de giestas. |
Miradouro Cascatas da Candeeira (Estacionamento à direita com miradouro, observável do lado contrário do vale as cascatas) |
29 | 1180 | Deste ponto e olhando directamente para a encosta contrária do vale, vemos as imponentes quedas de águas conhecidas como Cascatas da Candeeira, que provêm de um vale glaciar suspenso e perpendicular em relação ao vale do Zêzere e não visível deste local. Na base do vale, vemos alguns depósitos, alguns com forma triangular, que correspondem a taludes de escombreiras ou cones de dejecção, ou seja, blocos de diferentes dimensões que foram transportados por grandes correntes de água oriundas do vale suspenso da Candeeira, aquando da fusão do glaciar e que aqui se foram acumulando sucessivamente na base ou nas imediações das quedas de água. Estas formações associam-se já a uma fase pós glaciária. |
Fonte Paulo Martins (Estacionamento à direita com miradouro, observável do lado contrário da estrada a cascata e a fonte) |
30 | 1310 | Esta fonte resulta do cruzamento de falhas geológicas locais e mais pequenas, com a grande falha tectónica regional da Vilariça que se prolonga ao longo do Vale Glaciar do Zêzere. Brota à superfície com uma temperatura constante de 6°C, 20 metros acima da estrada e que se precipita em forma de cascata. É uma água alcalino sódica de elevado índice de sílica, sendo muito leve e altamente diurética. |
Barroqueira (Observar à esquerda. Exemplo de bosque primitivo da Serra da Estrela. Visível da estrada um exemplar perfeito de um Teixo) |
31 | 1370 | Neste local abrigado e húmido encontramos um bosquete, onde podemos encontrar um exemplar de Teixo (Taxus baccata). Esta árvore é nativa da Europa e exemplo da primitiva floresta paleotemperada europeia do período terciário. Em Portugal está restrita às Serras do Gerês, Estrela, Caramulo e ilhas. Na Serra da Estrela estão identificados somente cerca de 50 indivíduos. Trata-se de uma conífera não resinosa, dioica (árvore masculina e feminina) e tóxica, sendo a única parte comestível o arilo (invólucro que envolve a semente no espécime feminino). Possui uma grande longevidade, podendo ultrapassar os 2 mil anos, havendo referências de idade de 3 a 4 mil anos e tido na Antiguidade várias utilizações: a nível medicinal, como madeira para a construção de barcos e arcos de caça / guerra e como espécie arbórea de ornamentação, estando também inteiramente ligada a questões culturais e religiosas. |
Covão da Ametade (Estacionamento de ambos os lados da estrada. Para entrar no parque seguir azul “Covão d’ Ametade”) |
32 | 1430 | Trata-se de uma depressão profunda localizada na base do imponente Cântaro Magro, onde a colmatação de uma antiga lagoa de origem glaciar, constituiu um verdejante arrelvado, que permite a existência de espécies arbóreas, tais como bétulas (ou vidoeiros), plantadas pelos Serviços Florestais Portugueses na década de 50 do séc. XX. É aqui que o rio Zêzere se constrói como rio. |
Vale Glaciar do Zêzere 2 (Estacionamento à esquerda. Visível a trajectória rectílinea e a forma em U do vale glaciar) |
33 | 1470 | Este miradouro encontra-se mesmo na perspectiva da inflexão de 90º realizada por este extraordinário vale. Vale de origem glaciar, cuja língua glaciar terá atingido os 11 km de extensão (a contar da Torre) e uma altitude mínima de 650m. Apenas a montante é possível observar a sucessão de covões glaciários de vale (Cimeiro, Ametade e Albergaria). As acumulações morénicas são escassas ao longo do vale, apenas sendo mais evidente a do Espinhaço do Cão, uma crista que interrompe a trajectória rectilínea do vale e a forma perfeita em U. Esta acumulação já se formou numa fase de regressão definitiva do gelo. |
Mata da Nave de St.º António (Estacionamento à esquerda e visível uma mata com mosaico de várias espécies. Do lado contrário existe um cruzamento para a Serra de Baixo, em estrada de terra batida) |
34 | 1515 | Manta florestal que resulta de acções de reflorestação, de forma a evitar a erosão da cabeceira do Vale Glaciar do Zêzere devido ao sobre pastoreio e das respectivas actividades associadas (o corte, o fogo e o pisoteio), verificadas no final do século XIX / início do século XX. Para além de espécies endógenas como o Bordo, a Tramazeira e o Carvalho-negral, nesta área foram também plantadas espécies exógenas, tais como o Larício-europeu, o Pinheiro-do-Oregon, o Pinheiro-larício, entre outras, mas que sem dúvida nenhuma criam um cenário inconfundível e um ambiente tipicamente alpino. |
Nome Completo | Pontos de Interesse | Altitude (m) | Descrição (resumida) |
Mondeguinho (Estacionamento do lado esquerdo, junto à fonte) |
1 | 1415 | É neste local que se situa a nascente convencionada do rio Mondego, o rio nacional mais extenso. A palavra Mondego vem da palavra em latim Munda, que significa pureza ou transparência. Este rio percorre aproximadamente 258 km antes de desaguar no oceano Atlântico, junto à cidade da Figueira da Foz. |
Covão da Ponte (Estacionamento amplo. Visíveis casas em pedra e parque com mesas para piquenique. Descer as escadas) |
2 | 970 | Um espaço aprazível para um picnic em plena Serra da Estrela ou somente para usufruir da paz que esta serra transmite. Deste local podemos ter acesso ao planalto do Alto Mondego, onde podemos observar alguns casais com habitações tradicionais, resquícios da agricultura tradicional de montanha e encontrar os últimos pastores da Serra da Estrela. Foi neste território que decorreu toda ação do premiado documentário “Ainda há pastores”. |
Poço do Inferno (Estacionamento amplo do lado esquerdo. Percorrer cerca de 50 metros pela estrada até ser visível a cascata e a ponte do lado direito) |
3 | 1080 | Um local de visita obrigatória. Esta floresta que mescla espécies nativas com espécies exóticas e cuja origem remonta a trabalhos de reflorestação levados a cabo nos finais do século XIX cria um ambiente alpino sem paralelo. A completar este cenário idílico, temos uma sucessão de cascatas que resultam de um fenómeno geológico de metamorfismo de contacto com a formação de um tipo de rocha denominada Corneanas. Estas resultam da alteração da textura e composição mineralógica das rochas sedimentares, derivada da modificação das condições de pressão e temperatura, aquando do contacto com os granitos, mais duros e compactos. As corneanas são estruturas rochosas enegrecidas, muito duras, com aspecto agreste e que evidencia picos escarpados que atingem dezenas ou mesmo centenas de metros de altura. |